A CAPELA













Textos de Haidée Jayme Ferreira

Haidée Jayme Ferreira escreveu o livro "Anápolis sua vida, seu povo" em 1979, tendo sido impresso no Centro gráfico do Senado Federal em 1981.com 472 páginas.

Nascida em Anápolis em 1926, Haidée foi testemunha ocular de fatos e ocorrências ao longo do século XX, os quais  descreve  como uma cronista histórica, deixando transparecer em várias passagens o bairrismo natural de alguém que viu sua cidade se transformar em pouco mais de 50 anos no principal centro urbano do centro-oeste.

A CAPELA

No ano de 1870, atraído  pela fertilidade do solo e pela salubridade do clima, mudou-se, de Bonfim para Anápolis, Gomes de Sousa Ramos.
      Nasceu em Arraias, a 17 de setembro  de 1837, filho de Gomes Pereira Ramos, de Meia-Ponte, e de Ana das Dores de Almeida, de Arraias.Criado por sua mãe no culto à Senhora Santana e encontrando aqui alguns devotos da Santa, resolveu erigir, em sua homenagem, uma capelinha, que seria o marco inicial da cidade.
      Contagiados pelo entusiasmo de Gomes de Sousa Ramos, alguns moradores das redondezas  doaram a Santana alguns alqueires de terras, compreendendo  parte do perímetro onde se desenvolve hoje a cidade de Anápolis.
      Foram doadores: Joaquim Rodrigues dos Santos, Inácio José de Souza, Manoel Roiz dos Santos, Camilo Mendes Morais e Pedro Roiz dos Santos.
    O termo de doação foi o primeiro documento histórico assinado nas terras de Santana. De todos os doadores, apenas Camilo Mendes de Morais sabia assinar. Esses fazendeiros simples, analfabetos, não imaginavam que, com aquela doação, estavam plantando as sementes do que seria uma grande cidade.
        No ano seguinte à sua chegada, em 1871, Gomes de Sousa Ramos iniciou a construção da Capela, que ficou logo concluída, visto tratar-se de um prédio simples, sem forro, com paredes de taipa e piso de terra batida.
      No final do mesmo ano, a 3 de novembro, foi designado para capelão, o padre Francisco Inácio da Luz, que naquele mesmo dia, recebeu a autorização diocesana para o benzimento da Capela.
      Francisco Inácio da Luz, nascido em Pirenópolis, era filho do professor José Inácio do Nascimento e de Ana da Glória. Ordenou- se na Cidade de Goiás a 10 de março de 1844. "Marceneiro, mecânico, pintor e musicista exímio. Suas composições, especialmente de música sagrada, são admiráveis." Fundou a corporação musical "Euterpe", de Pirenópolis.
Gomes de Sousa Ramos e sua mãe Ana das Dores em foto do final do século 19
Desenho a que se atribui ser o primeiro registro visual de Antas
...
Em 1871, Gomes de Sousa Ramos iniciou a construção da Capela, que ficou logo concluída, visto tratar-se de um prédio simples, sem forro,


       Após a procissão, o Sr. Arcebispo benzeu a imagem de bronze, representando a Senhora Santana, que foi colocada na parte alta da praça, de crente para o nascente.
.....................
      Propositadamente reservamos o final deste capítulo para falar sobre a demolição da velha igreja.
      O progresso  é uma coisa boa e indispensável; todavia, na maioria das vezes, mutila uma cidade, despojando-a de suas mais caras tradições.
      Presenciar a demolição da velha igreja foi um fato por demais doloroso. Ali, exatamente ali, começou o primeiro núcleo populacional de nossa cidade. Lá estavam sepultados Gomes de Souza Ramos, o fundador da cidade e sua mãe Dona Ana das Dores de Almeida, cujo maior anseio era construir uma capela dedicada a Senhora  Santana.

A CAPELA 

No ano de 1870, atraído pela fertilidade do solo e pela salubridade do clima, mudou-se, de Bonfim para cá, Gomes de Sousa Ramos.
      Nasceu em Arraias, a 17 de setembro de 1837, filho de Gomes Pereira Ramos, de Meia-Ponte, e de D. Ana das Dores de Almeida, de Arraias.
      Criado por sua mãe no culto à Senhora Santana e encontrando aqui alguns devotos da Santa, resolveu erigir, em sua homenagem, uma capelinha, que seria o mar o inicial da cidade.

Com pouco tempo de funcionamento da capela, que pertencia a Paróquia de Pirenópolis, os antenses já pleiteavam a sua elevação a Freguesia.


A FREGUESIA
      Com pouco tempo de funcionamento da Capela , que pertencia a Paróquia de Pirenópolis, os antenses já pleiteavam a sua elevação à Freguesia.
      Ao Presidente da Província de Goiás, Antero Cícero de Assis, enviaram o seguinte requerimento, assinado pelo Capelão e  ppr mais 266 pessoas:
      "Os abaixo assinados, moradores no bairro da capela de Sant'Anna das Antas, sentindo a necessidade do pasto espiritual para a cura das almas, recorrem a V. Exa para que seja dita Capela elevada a Freguesia, visto que, dentro da povoação, já existem para mais de 20 casas, podendo ter, nos seus arredores, pars mais de três mil almas povoando a sua aglomeração de fogão, o fato de, em seis meses, ter-se feito cento e sessenta  batizados pelo Capelão, que a custa do povo assiste na dita capela, e como este requerimento seja em benefício dos abaixo assinados - por isso suplicam a V. Exa para, por seu intermédio, fazer chegar esta aspiração à  Assembléia Legislativa desta Província.  E.R.Mcê.
      Capela de Sant'Anna das Antas, 2 de maio de 1872
      O Cura Padre Inácio Francisco da Luz."
      O requerimento foi levado a Goiás por Gomes de Sousa Ramos, em penosa e longa jornada, considerando que as viagens, naquele tempo, se faziam a cavalo.
      Remetidi o requerimento à Assembléia Legislativa, juntamente com um ofício de Gomes de Sousa Ramos, em que descrevia os limites da Capela,esta o encaminhou ao Bispo Diocesano, Dom Joaquim Gonçalves de Azevedo, para que desse o seu parecer.
      A opinião de S. Exa foi das mais promissoras, quando disse: - "Tratando-se de um movimento religioso digno de louvores, julgo justo o pedido de criação da Freguesia, no lugar conhecido por Capela de Sant'Anna das Antas."
      Entretanto, o Presidente da Câmara de Meia Ponte submeteu o caso à apreciação do Padre Joaquim José do Nascimento, vigário da paróquia a que pertencia a Capela de Sant'Anna. 
      Eis o parecer do Vigário Nascimento:
"Sendo bairro das Antas bastante populoso, seus habitantes entenderam que deviam erigir ali uma capela, visto a distância em que estão da Matriz desta cidade, e de fato levantaram uma capela em ponto meio pequeno, e mais tarde levantaram o corpo, servindo aquela de Capela-Mor. Esta obra, que está por se acabar, falta-lhe todo o asseio necessário ; não tem trono, sacrário, batistério, coro, cruzeiro etc. Está sem assoaho algum, ocorrendo que a terra é solta e muifo vermelha, e quanto a paramentos, não tem nenhum: quando lá vou celebrar , conduzo tudo daqui. Sou informado que os contribuintes não podem concorrer com as despesas necessárias para se concluir já a igreja e muito menos para a compra dos paramentos. É o que tenho a informar  a V. Sa em cumprimento ao ofício a mim dirigido em data do 14 do corrente, o qual fica respondido. Deus guarde a V. Sa.

      Cidade de Meia  Ponte, 12 de março 1873.
O  Vigário José Joaquim do Nascimento. "
      
Apesar de não serem animadores as informações do Vigário  Nascimento, 5 meses depois, pela Lei Provicial n° 514, de 7 de agosto de 1873, foi criada a Freguesia, transformando-se a simples capela em Paróquia de SantAnna, sendo seu primeiro vigário o Padre Francisco Inácio da Luz, o antigo capelão.

NOS TEMPOS  DA FREGUESIA

      O afluxo de pessoas de outras localidades, com o consequente aumento da população, levou os moradores do povoado a conseguirem a criação da Freguesia, sendo nomeado Inspetor Paroquial o Padre Francisco Inácio da Luz. 
...
Em 1875, um incidente desagradável motivou a saída do vigário da Paróquia de Santana. 
      O Pe. Francisco Inácio da Luz residia na casa onde, posteriormente, Odorico Silva Leão criou toda a sua família,  e onde, mais tarde,construiu-se o Hospital Nossa Senhora Aparecida. 
      Hábil marceneiro , montou uma serraria em seu terreno e para lá desviou o Rego Grande, que era de serventia pública.
      Houve grande descontentamento por parte da população, que, chefiada por Joaquim Sebastião de Bastos, dirigiu uma queixa ao Presidente da Província de Goiás.
      Desgostoso, insultado e ameaçado, o vigário voltou para Pirenópolis no dia 11 de março de 1875, deixando num Livro de Termo de Batismos, que abrange os anos de 1870/75, folha 64/v, a seguinte nota:
      "Declaro que nesta data, 11 de março de 1875, deixei de ser  Capelão Cura desta Igreja de Sant'Anna das Antas, impelido por insultos de Silvério Pedro da Silva e Joaquim Sebastião de Bastos, que me obrigarm a retirar-me, neste mesmo dia para a cidade de Meia Ponte. Pe Francisco Inácio da Luz."
      Diz a tradição  - e cresci ouvindo isto - que o vigário injuriadi amaldiçoou o rego d'água, dizendo que nele haveria de correr sangue. Amaldiçoou também aos dois agressores. 
      Quanto à primeira maldição, uma pessoa idônea nos contou que, muitos anos decorridos daquele acontecimento, numa briga à margem do   Rego Grande, o avô de João Pires Batista esfaqueou um homem, cujo cadáver, caindo no rego, tingiu suas águas de sangue... 
      A respeito da segunda, uma nora de Silvério Pedro da Silva, forte e lúcida, apesar de seus 90 anos, de memória invejável, narrou-me todas as desgraças que se abateram sobre sua família e disse-me que, todas as vezes em alguma coisa ruim que acontece, diz a si mesma: - "Isso é praga do padre..."
        Com o afastamento do Pe. Francisco Inácio da Luz, substituiu-o, como Inspetor Paroquial, Gomes de Sousa Ramos, e, como vigário encomendado da paróquia, o Pe. Luiz Manuel dos Anjos, coadjutor do vigário de Meia Ponte. Esse vigário aqui chegou em 1876, donde se conclui que a paróquia ficou sem vigário por alguns meses.
...

      Enquanto isto,a Freguesia ia crescendo.

      Depois de concluído e melhorado o prédioda igreja, foi a Paróquia de Santana canonicamente instalada a 5 de abril de 1879 e, a 8 de junho do mesmo ano, o Pe. Luiz Manuel dos Anjos prestou juramento e tomou posse.
      Os sepultamentos em Santana das Antas eram feitos, indiscriminadamente, no largo da igreja. Os cadáveres eram trazidos em banguês - lençol ou colcha em formato de rede, suspenso por uma vara, cujas duas pontas se apoiavam no ombro dos carregadores - e jogados dentro das covas.
      Em1882, Ângelo José de Sousa construiu e doou à igreja um cemitério, que ficava bem afastado do núcleo populacional. No local desse antigo cemitério construiu-se a atual Praça Americano do Brasil.
...
      Durante dois anos e quatro meses, a Freguesia de Santana das Antas chamou-se Santana dos Campos Ricos, voltando depois à antiga denominação.  Isso de julho de 1884 a novembro de 1886.
       
Cap IV  -  NOS TEMPOS  DA FREGUESIA
      O afluxo de pessoas de outras localidades, com o consequente aumento da população, levou os moradores do povoado a conseguirem a criação da Freguesia, sendo nomeado Inspetor Paroquial o Padre Francisco Inácio da Luz. 
...
Em 1875, um incidente desagradável motivou a saída do vigário da Paróquia de Santana. 
      O Pe. Francisco Inácio da Luz residia na casa onde, posteriormente, Odorico Silva Leão criou toda a sua família,  e onde, mais tarde, construiu-se o Hospital Nossa Senhora Aparecida. 
      Hábil marceneiro , montou uma serraria em seu terreno e para lá desviou o Rego Grande, que era de serventia pública.
      Houve grande descontentamento por parte da população, que, chefiada por Joaquim Sebastião de Bastos, dirigiu uma queixa ao Presidente da Província de Goiás.
      Desgostoso, insultado e ameaçado, o vigário voltou para Pirenópolis no dia 11 de março de 1875, deixando num Livro de Termo de Batismos, que abrange os anos de 1870/75, folha 64/v, a seguinte nota:
      "Declaro que nesta data, 11 de março de 1875, deixei de ser  Capelão Cura desta Igreja de Sant'Anna das Antas, impelido por insultos de Silvério Pedro da Silva e Joaquim Sebastião de Bastos, que me obrigaram a retirar-me, neste mesmo dia para a cidade de Meia Ponte. Pe Francisco Inácio da Luz."
      Diz a tradição  - e cresci ouvindo isto - que o vigário injuriado amaldiçoou o rego d'água, dizendo que nele haveria de correr sangue. Amaldiçoou também aos dois agressores. 
      Quanto à primeira maldição, uma pessoa idônea nos contou que, muitos anos decorridos daquele acontecimento, numa briga à margem do   Rego Grande, o avô de João Pires Batista esfaqueou um homem, cujo cadáver, caindo no rego, tingiu suas águas de sangue... 
      A respeito da segunda, uma nora de Silvério Pedro da Silva, forte e lúcida, apesar de seus 90 anos, de memória invejável, narrou-me todas as desgraças que se abateram sobre sua família e disse-me que, todas as vezes em alguma coisa ruim que acontece, diz a si mesma: - "Isso é praga do padre..."
        Com o afastamento do Pe. Francisco Inácio da Luz, substituiu-o, como Inspetor Paroquial, Gomes de Sousa Ramos, e, como vigário encomendado da paróquia, o Pe. Luiz Manuel dos Anjos, coadjutor do vigário de Meia Ponte. Esse vigário aqui chegou em 1876, donde se conclui que a paróquia ficou sem vigário por alguns meses.
...

      Enquanto isto,a Freguesia ia crescendo.

      Depois de concluído e melhorado o prédio da igreja, foi a Paróquia de Santana canonicamente instalada a 5 de abril de 1879 e, a 8 de junho do mesmo ano, o Pe. Luiz Manuel dos Anjos prestou juramento e tomou posse.
      Os sepultamentos em Santana das Antas eram feitos, indiscriminadamente, no largo da igreja. Os cadáveres eram trazidos em banguês - lençol ou colcha em formato de rede, suspenso por uma vara, cujas duas pontas se apoiavam no ombro dos carregadores - e jogados dentro das covas.
      Em1i82, Ângelo José de Sousa construiu e doou à igreja um cemitério, que ficava bem afastado do núcleo populacional. No local desse antigo cemitério construiu-se a atual Praça Americano do Brasil.
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      Durante dois anos e quatro meses, a Freguesia de Santana das Antas chamou-se Santana dos Campos Ricos, voltando depois à antiga denominação.  Isso de julho de 1884 a novembro de 1886.


A maior parte dos antigos edifícios de Corumbá, oriundos da era colonial, são. como já se disse, resultantes da arquitetura de terra que é de enorme singeleza;
1- Edifica-se uma estrutura de madeira, geralmente aroeira, tiradas em boa lua, os baldrames, esteios, vergas, pés-direitos, etc,. trabalhadas a enxó sobre alicerces de pedra.

2 - Cobre-se o conjunto com telhado composto com paus roliços, e telhas cerâmicas tipo capa e calha.

3 - As vedações externas ou internas são executadas em três variações que podem conviver entre si: pau-a-pique, adobe (tijolos feitos om barro cru) ou taipa de pilão(barro socado entre formas de madeira, constituindo paredes monolíticas e utilizado geralmente em grandes obras, com paredes muito espessas, às vezes em torno de um metro).

Fotografia realizada

Cap IV  -  NOS TEMPOS  DA FREGUESIA

      O afluxo de pessoas de outras localidades, com o consequente aumento da população, levou os moradores do povoado a conseguirem a criação da Freguesia, sendo nomeado Inspetor Paroquial o Padre Francisco Inácio da Luz. 

...

Em 1875, um incidente desagradável motivou a saída do vigário da Paróquia de Santana. 

      O Pe. Francisco Inácio da Luz residia na casa onde, posteriormente, Odorico Silva Leão criou toda a sua família,  e onde, mais tarde, construiu-se o Hospital Nossa Senhora Aparecida. 

      Hábil marceneiro , montou uma serraria em seu terreno e para lá desviou o Rego Grande, que era de serventia pública.

      Houve grande descontentamento por parte da população, que, chefiada por Joaquim Sebastião de Bastos, dirigiu uma queixa ao Presidente da Província de Goiás.

      Desgostoso, insultado e ameaçado, o vigário voltou para Pirenópolis no dia 11 de março de 1875, deixando num Livro de Termo de Batismos, que abrange os anos de 1870/75, folha 64/v, a seguinte nota:

      "Declaro que nesta data, 11 de março de 1875, deixei de ser  Capelão Cura desta Igreja de Sant'Anna das Antas, impelido por insultos de Silvério Pedro da Silva e Joaquim Sebastião de Bastos, que me obrigaram a retirar-me, neste mesmo dia para a cidade de Meia Ponte. Pe Francisco Inácio da Luz."

      Diz a tradição  - e cresci ouvindo isto - que o vigário injuriado amaldiçoou o rego d'água, dizendo que nele haveria de correr sangue. Amaldiçoou também aos dois agressores. 

      Quanto à primeira maldição, uma pessoa idônea nos contou que, muitos anos decorridos daquele acontecimento, numa briga à margem do   Rego Grande, o avô de João Pires Batista esfaqueou um homem, cujo cadáver, caindo no rego, tingiu suas águas de sangue... 

      A respeito da segunda, uma nora de Silvério Pedro da Silva, forte e lúcida, apesar de seus 90 anos, de memória invejável, narrou-me todas as desgraças que se abateram sobre sua família e disse-me que, todas as vezes em alguma coisa ruim que acontece, diz a si mesma: - "Isso é praga do padre..."

        Com o afastamento do Pe. Francisco Inácio da Luz, substituiu-o, como Inspetor Paroquial, Gomes de Sousa Ramos, e, como vigário encomendado da paróquia, o Pe. Luiz Manuel dos Anjos, coadjutor do vigário de Meia Ponte. Esse vigário aqui chegou em 1876, donde se conclui que a paróquia ficou sem vigário por alguns meses.

...

      Enquanto isto,a Freguesia ia crescendo.

      Depois de concluído e melhorado o prédio da igreja, foi a Paróquia de Santana canonicamente instalada a 5 de abril de 1879 e, a 8 de junho do mesmo ano, o Pe. Luiz Manuel dos Anjos prestou juramento e tomou posse.

      Os sepultamentos em Santana das Antas eram feitos, indiscriminadamente, no largo da igreja. Os cadáveres eram trazidos em banguês - lençol ou colcha em formato de rede, suspenso por uma vara, cujas duas pontas se apoiavam no ombro dos carregadores - e jogados dentro das covas.

      Em1i82, Ângelo José de Sousa construiu e doou à igreja um cemitério, que ficava bem afastado do núcleo populacional. No local desse antigo cemitério construiu-se a atual Praça Americano do Brasil.

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      Durante dois anos e quatro meses, a Freguesia de Santana das Antas chamou-se Santana dos Campos Ricos, voltando depois à antiga denominação.  Isso de julho de 1884 a novembro de 1886.

Cap. V - A VILA

      No recenseamento efetuado em 1873, relativo ao Município de Meia Ponte, a Freguesia de Santana das Antas acusava uma população de 8.096 habitantes, enttr brancos e escravos. Até  ao final da década, essa população se elevava a quase dez mil almas.

      Com tamanho desenvolvimento e tão crescente aumento da população, era natural que os moradores começassem a acalentar  a esperança de transformar  a Freguesia em Vila.

      Mediante grandes esforços fos chefes políticos da época, Gomes de Sousa Ramos e Zeca Batista - cujo prestígio já se consolidava - auxiliados por pessoas de projeção, a Freguesia foi elevada a Vila pela Lei n° 811, de 15 de dezembro de 1887.

      Houve grande regozijo popular, mas a instalação só se deu cinco anos depois. Entre os acontecimentos que retardaram o processo de instalação da Vila, citam-se a Abolição da Escravatura, em 1888,  e a Proclamação da República, em 1889, fatos que abalaram profundamente a estrutura nacional.

      Entretanto, novos acontecimentos se sucederam na Freguesia, já então elevada a Vila.

      Criou-se a Coletoria, em janeiro de 1888, sendo o primeiro exator, João Vaz da Costa.

      Gomes de Sousa Ramos adoeceu em junho de 1889, vindo a falecer em setembro do mesmo ano, sem ter tido a satisfação de conhecer a República. Por motivo da sua doença, assumiu a chefia política local José da Silva Batista.

 ...

Em 1891, o Pe. Francisco Xavier da Silva passou a ser o novo vigário de Santana. Pastor dedicado ao seu rebanho, melhorou bastante o espírito religioso dos paroquianos e comprou os paramentos que faltavam à igreja.

      Preparando-se para a instalação da vila, os antenses formaram a sua primeira Junta Administrativa, em fevereiro de 1892, escolhendo para seu presidente, José da Silva Batista.

      O valor e prestígio de Zeca Batista cresceram tanto que, com apenas dez anos de residência em Antas, tornou-se chefe supremo da política local.

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